Economia verde criaria 15 milhões de empregos

Publicado em: 31 jul 2020

Campo Grande (MS) – A transição para uma economia com zero emissões líquidas de carbono poderia criar 15 milhões de novos empregos líquidos na América Latina e no Caribe até 2030. É o que diz o relatório O Emprego em um futuro de zero emissões líquidas na América Latina e Caribe, um estudo de Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgado nesta quarta-feira, 29 de julho de 2020.

Os organismos internacionais lembraram que, para apoiar uma recuperação após a pandemia de COVID-19, a região precisa urgentemente criar empregos decentes e construir um futuro mais sustentável e inclusivo.

Segundo a publicação, a transição para uma economia de zero emissões líquidas provocaria o desaparecimento de cerca de 7,5 milhões de empregos no setor elétrico, atualmente baseado em combustíveis fósseis, na extração de combustíveis fósseis e na produção de alimentos de origem animal.

No entanto, essas perdas seriam mais do que compensadas: 22,5 milhões de empregos seriam criados nos setores de agricultura e produção de alimentos baseados em plantas, eletricidade renovável, silvicultura, construção e manufatura.

Dieta Sustentável

O relatório também é o primeiro a destacar como a mudança para dietas mais saudáveis e sustentáveis, que reduzem o consumo de carne e de laticínios e aumentam o de alimentos à base de plantas, criaria empregos e reduziria a pressão sobre a biodiversidade da região.

Com essa mudança, o setor agroalimentar latino-americano e caribenho poderia criar o equivalente a 19 milhões de empregos em período integral, o que compensaria amplamente a redução de 4,3 milhões empregos nos setores de pecuária, avicultura, laticínios e pesca.

Novos modelos de negócio

Além disso, o relatório oferece um plano sobre como os países podem criar empregos decentes e promover a transição para alcançar zero emissões líquidas.

Isso inclui políticas públicas que facilitem a realocação de trabalhadores e trabalhadoras, promovam o trabalho decente nas zonas rurais, ofereçam novos modelos de negócios e melhorem a proteção social e o apoio às pessoas deslocadas, às empresas, às comunidades e aos trabalhadores e às trabalhadoras.

O diálogo social envolvendo o setor privado, os sindicatos e os governos é essencial para a elaboração de estratégias de longo prazo para alcançar zero emissões líquidas de carbono que gerem empregos, ajudem a reduzir a desigualdade e atendam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

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