Estados e municípios só entram com apoio do Nordeste

Publicado em: 18 jul 2019

Campo Grande (MS) – O presidente daCâmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou na quarta-feira que uma possível inclusão de estados e municípios nareforma da Previdência só será aprovada na Casa com o engajamento dos governadores doNordeste . Há uma articulação para que o Senado incorpore os servidores estaduais e municipais ao texto que já passou em primeiro turno na Câmara. Provável relator da reforma da Previdência no Senado , Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse que é grande a chance de incluir estados e municípios na tramitação final do projeto. 

Em entrevista à GloboNews, Maia citou os governadores petistas Wellington Dias (PI) e Camilo Santana (CE) como defensores da reforma, mas cobrou que os chefes dos executivos estaduais convençam os parlamentares de suas bancadas para que a possibilidade de inclusão tenha sucesso: 

– O tema dos estados tem dois obstáculos enormes. Vimos na própria votação da reforma federal  temas muitos sensíveis, que são professores e policias militares. Um tema que foi problema também no primeiro turno (na Câmara) é a relação de parlamentares do Nordeste com governadores. Para que essa reforma (seja aprovada), voltando do Senado, vai precisar ter mobilização grande dos governadores do Nordeste. Senão, é obstáculo muito difícil. 

Maia continuou: 

– Se for tratar de professor e PM, não é fácil. Bancada da segurança pública tem voto pata suprimir o que quiser. E, hoje, acho muito difícil que um tema que trate de professor tenha sucesso no plenário da Câmara. Ou o Senado vai construir um texto que não trate diretamente desses dois temas, que trate da alíquota extraordinária… Com temas mais objetivos, acho muito difícil. E sem a participação dos governadores do Nordeste, acho quase intransponível colocar estados na reforma – afirmou. 

A reforma foi aprovada semana passada no plenário da Câmara com 379 votos favoráveis. Por ser uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), é necessário um novo turno de votação, o que vai ocorrer em agosto, na volta do recesso. 

O presidente da Câmara reafirmou que, nos últimos dois meses, a relação do Parlamento com o Poder Executivo melhorou, mas ressaltou que faltam ao governo projetos além da agenda proposta pela equipe econômica. Segundo ele, outros ministérios precisam entrar em ação para resolver questões concretas, como o desemprego: 

– Um país em que havia expectativa de crescimento de 2,5% e está caindo para zero, tem alguma coisa errada com o governo. Estamos (Câmara) colaborando, fizemos a Previdência. Até o início de agosto, vamos ter projetos que consideramos importantes para a infraestrutura, para ajudar com a pauta. 

Maia continuou: 

– Se o Parlamento está trabalhando, e a gente tem a economia parada, quem está cuidando do desempregado, das pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza? As pessoas que voltaram a ter fome? Quem está articulando isso com prefeitos e governadores? Governo ficou focado nos nichos e não focou em politica macro nas áreas que já citei – disse.

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