Janeiro registra menor índice de inflação em 25 anos

Publicado em: 15 fev 2019

Campo Grande (MS) – A pesquisa mensal de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) relativa ao mês de janeiro foi divulgada nesta quinta-feira (14), com informações positivas para os consumidores. Em 25 anos, o primeiro mês de ano consegue o menor índice de inflação, 0,24%. 

O levantamento é realizado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes), da Uniderp, que há 16 anos mensura a inflação mensal da Capital. Segundo o coordenador, Celso Correia de Souza, as altas dos índices em habitação, alimentação e despesas pessoais foram os maiores responsáveis pelo aumento da inflação em Campo Grande. 

“O grupo Habitação, teve aumento de preços de dois produtos/serviços influenciados pelo governo, como taxa de água e esgoto e gás em botijão, que causaram alto impacto na inflação. Já, os grupos Transportes e Vestuário foram os principais grupos que seguraram a inflação, pois, tiveram altas deflações em seus índices (-0,96% e -1,97%, respectivamente). Essa nova política de preços da Petrobrás tem feito cair paulatinamente os preços dos combustíveis, principalmente, gasolina e diesel”, analisa. 

Outra informação divulgada pelo pesquisador é de que a inflação acumulada nos últimos doze meses está em 3,69%, abaixo da meta inflacionária do Conselho Monetário Nacional (CNM) para o país no ano de 2019, cujo centro da meta é de inflação de 4,25%. 

“A estabilidade do dólar, em torno de R$3,70, com tendência de queda, pode continuar trazendo um alívio para a economia brasileira, pois, deixará de impactar a inflação com aumentos dos preços de produtos importados como trigo, máquinas de alta precisão, eletroeletrônicos e gasolina. E os fatores que ajudaram na redução da inflação neste ano são nível de desemprego, os juros praticados na economia e o alto nível de endividamento da população, fazendo com que haja queda de consumo”, complementa Celso. 

Segmentos

O grupo Habitação, que possui o maior peso de contribuição para o cálculo do índice mensal, apresentou alta de 1,21%. Itens e serviços como limpa vidros (8,71%), taxa de água e esgoto (7,84%), álcool para limpeza (5,85%), e foram os destaques em aumento de preços em janeiro. Já o inseticida (-7,78%), a água sanitária (-1,64%), e a esponja de aço (-1,58%) ficaram com as maiores reduções. 

O grupo Alimentação apresentou uma forte inflação: 0,54%. “Esse resultado é devido ao clima muito severo nas regiões produtoras de alimentos, principalmente, frutas e legumes, que tiveram reajustes de preços e quedas na qualidade dos produtos. Quando o clima é desfavorável há aumentos de preços”, explica Celso. 

O pesquisador observa que o grupo Alimentação é o melhor termômetro para explicar o comportamento da inflação ao longo do ano, pois, tem a segunda ponderação na formação do índice inflacionário geral, e tem grande importância para o consumidor, por se tratar de item de necessidade básica. 

Os aumentos mais expressivos neste grupo foram com: cenoura (49,89%), manga (49,09%), chuchu (41,53%), entre outros. Fortes quedas foram constatadas com: tomate (-21,92%), ovos (-13,31%), costeleta suína (-8,94%), entre outros. 

Dos quinze cortes de carne bovina pesquisados pelo Nepes/Uniderp, nove tiveram aumentos de preços. São eles: contrafilé (6,09%), cupim (3,45%), acém (3,33%), picanha (2,96%), vísceras de boi (2,85%), alcatra (2,78%), filé mignon (1%), coxão mole (0,53%) e lagarto (0,01%). 

“A tendência dos preços da carne bovina ainda não está bem delineados, alguns cortes baixam e outros sobem, uma oscilação reflexo da oferta e a demanda do produto. É possível que haja um aumento extra no preço da carne bovina devido o levantamento do embargo dessa carne por parte da Rússia, que está retomando”, conclui o pesquisador.

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