Campo Grande (MS) – O secretário especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, afirmou na terça-feira (22) que uma eventual política de redução de tributos sobre a gasolina não é boa, pois atenderia, principalmente, à classe média alta.
Em março, a Petrobras anunciou um alto reajuste no preço dos combustíveis devido a disparada do petróleo em decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia. Na tentativa de diminuir o valor dos combustíveis, o Congresso Nacional aprovou, e o presidente Jair Bolsonaro sancionou, um projeto que zera até o fim deste ano o PIS/Cofins sob o diesel, biodiesel e gás liquefeito derivado de petróleo e de gás natural.
Colnago admitiu que há pressão para reduzir, também, tributos sobre a gasolina, mas acrescentou que, em sua visão, ainda não é o caso de levar adiante essa medida.
“Nós entendemos que [a eventual redução de tributos da gasolina] não é uma boa política porque você está atendendo uma população classe média alta. Se eu tiver que olhar as contas fiscais, eu deveria olhar para aquilo que mais precisa”, declarou Colnago em uma entrevista coletiva no Ministério da Economia na tarde desta terça-feira (22).
“As coisas podem evoluir nesse sentido, podem, mas entendemos que ainda não estamos nessa situação”, afirmou o secretário.
Ainda, segundo Colnago, ao reduzir a tributação sobre diesel, o governo está atendendo aos setores de transporte urbano, envolvendo navios, caminhões, e também a população, o que gera “externalidades positivas”, ou seja, benefícios sociais.
“Entendemos que podem ter políticas mais adequadas, ainda não é o caso”, concluiu.
Questionado quais políticas o governo estaria pensando para mitigar o efeito da alta da gasolina para a população de baixa renda, Colnago citou Auxílio Brasil, programa de transferência de renda do governo Bolsonaro, além do auxílio gás e das redução de tributos da cesta básica, que já foram adotadas.
“A gente precisa adotar as medidas conforme na necessidade, pois tem um custo para a sociedade. É um gastos de todos nós, que pode voltar como aumento dos juros e da inflação. Tem de ser de forma parcimoniosa”, concluiu.
Fonte: G1