Economista fala sobre medidas para evitar colapso fiscal.
Em entrevista ao Jornal da CBN, o economista Gabriel Barros, economista-chefe da ARX e ex-diretor da Instituição Fiscal Independente, destacou que o governo federal possui alternativas para conter o crescimento das despesas públicas, especialmente diante da discussão sobre o IOF. Entre as principais medidas citadas estão o pente-fino nos benefícios sociais e uma reforma administrativa que enfrente distorções salariais e o descumprimento do teto remuneratório no serviço público:
‘O potencial de economia, de um pente fino bem feito, é de pelo menos R$ 20 mil por ano. Pelo menos. Eu digo isso porque hoje o volume de políticas sociais, o volume de recursos que são alocados em políticas sociais é muito grande. E como a gestão é descentralizada, você tem muita ineficiência, muita irregularidade, muitos benefícios que são concedidos de forma irregular’.
Barros também criticou o modelo atual de vinculação de gastos obrigatórios em saúde e educação à arrecadação, o que, segundo ele, compromete a sustentabilidade fiscal, pois amplia despesas quando a economia vai bem, mas não permite reduções em momentos de crise.
Outra medida proposta é a correção do salário mínimo apenas pela inflação, o que manteria o poder de compra sem pressionar excessivamente o orçamento.
Por fim, o economista alertou para a limitação da estratégia atual baseada em aumento de arrecadação, que já mostra sinais de fadiga no Congresso. O montante de renúncias fiscais, estimado em mais de R$ 550 bilhões este ano, também exige revisão.
Fonte: CNN