Impacto nos investidores e na economia
O parlamentar ressalta que a medida gera preocupação entre os investidores, pois as LCAs e LCIs são consideradas opções seguras de investimento, com o risco assumido pelo capital privado. Passarinho questiona a necessidade de o governo intervir em um mecanismo que é totalmente privado.
“Esses fundos só acontecem, essas letras só acontecem porque o governo não tem. Você falou ainda pouco sobre o crédito agrícola e ele aumentou muito menos do que cresceu o setor, muito menos que a inflação”, explicou o deputado, destacando a importância desses instrumentos para suprir a falta de crédito oficial.
Críticas à gestão governamental
Passarinho critica a abordagem do governo para equilibrar as contas públicas, argumentando que o equilíbrio fiscal deve ser buscado não apenas pelo aumento da arrecadação, mas também pela redução de gastos.
“O governo já está arrecadando muito mais esse ano, com recorde de arrecadações, porém o governo não consegue parar de gastar, e gasta mal, gasta sem qualidade, sem eficiência”, pontuou.
O deputado defende que o governo precisa rever sua política econômica, economizar em vários setores e “fazer o dever de casa” antes de buscar aumentar a carga tributária sobre a sociedade.
Ele alerta que a taxação desses investimentos pode resultar em um aumento de preços para o consumidor final, afetando especialmente a população mais vulnerável economicamente.
“Congresso está disposto a discutir cortes de gastos”
Joaquim Passarinho comentou sobre a disposição do Congresso em discutir cortes de gastos. Passarinho afirmou “que o Congresso tem mais disposição para votar essas pautas que o próprio governo”.
Ele criticou o aumento de gastos em programas sociais e defendeu uma auditoria rigorosa desses programas. “Os benefícios são importantes, sim, mas eles não podem ser essa fuga de recursos do governo”, argumentou.
O presidente da FPE enfatizou que o governo precisa indicar onde pretende realizar cortes. “Eu acho que na minha opinião falta que o governo diga onde ele quer cortar. Ele precisa cortar. Ele precisa cortar o gasto”, declarou.
Ademais, Passarinho criticou a abordagem “horizontal” para cortes de benefícios tributários, argumentando que cada setor deve ser avaliado individualmente. “Eu discordo de tudo que é muito horizontal, setores são diferentes, têm resultados diferentes”, afirmou.
O deputado defendeu que cada setor deve provar que os incentivos estão gerando empregos, renda e mais impostos. Ele alertou que alguns setores podem parar de funcionar se perderem certos incentivos, ressaltando a importância de uma abordagem gradual e dialogada.
“Precisamos sentar na mesa, encontrar soluções, mas ele passa necessariamente pelo governo fazer o seu dever de casa, economizando e gastando com qualidade”, disse Passarinho.
O deputado concluiu ressaltando a importância de uma ação conjunta entre governo, Congresso e Judiciário para melhorar as condições econômicas do país, sem prejudicar setores produtivos e geradores de empregos.
Publicado por João Nakamura, da CNN, em São Paulo