quinta-feira, agosto 28, 2025
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Presidente da CMPI do INSS: “Governo queria pouca visibilidade, mas terá desgastes”

Senador afirma que terá reunião com André Mendonça para pedir acesso a inquéritos no STF sobre as fraudes

Presidente da CPI do INSS, o senador Carlos Viana (Podemos-MG) foi eleito em uma articulação da oposição e diz que os desgastes para o Palácio do Planalto ao longo da comissão serão inevitáveis. “Eles queriam uma CPI com pouca visibilidade e transparência. A população já dizia que a CPI não daria em nada. Queremos uma investigação séria. Os desgastes para o governo surgirão. Foi no governo Lula que o escândalo foi descoberto. Mas também teremos desgastes para o governo Bolsonaro”, afirma em entrevista.

O parlamentar diz que Frei Chico, irmão do presidente Lula e vice-presidente de um sindicato, poderá ser chamado se houver comprovação de algum envolvimento com as fraudes, o que não foi identificado pelas apurações em andamento na Polícia Federal. Viana afirma ainda que terá uma reunião com o ministro André Mendonça, relator no Supremo Tribunal Federal (STF) do caso do INSS, para pedir acesso aos inquéritos.

A sua presença na presidência da CPI do INSS representa uma vitória da oposição. Como impedir que o colegiado não se torne apenas uma disputa entre governo e oposicionistas sobre quando as fraudes foram iniciadas?

Meu nome era o único de centro que poderia ter votos dos dois lados. A derrota do governo não é por mim. Eles queriam uma CPI com pouca visibilidade e transparência. A população já dizia que a CPI não daria em nada. Queremos uma investigação séria, sem ideologia, focada nos fatos. Tudo depende da cabeça de quem está comandando, é isso o que mostra a minha experiência em CPIs. Começamos bem com consenso nos requerimentos, no plano de trabalho. Na quinta-feira ouviremos os primeiros funcionários do INSS, e na segunda que vem o advogado que fez as denúncias.

O Palácio do Planalto teme os efeitos da CPI. O senhor conduzirá a comissão para atender a oposição e desgastar o governo?

Os desgastes para o governo surgirão. Foi no governo Lula que o escândalo foi descoberto. Mas também teremos desgastes para o governo Bolsonaro com a convocação de ministros dele. É do jogo do Parlamento.

A base tenta evitar a convocação de Frei Chico, irmão do presidente Lula e vice-presidente de um sindicato. Ele será chamado?

Eu e o relator temos uma definição de que só convocaremos quem estiver ligado a fatos. Se tivermos a comprovação de que ele tem qualquer envolvimento com fraudes, será convocado e pouco importa se é irmão do presidente. Mas não faremos isso por motivação política, para agradar a oposição.

Governistas procuraram o senhor com algum pedido específico, como não convocar o irmão do presidente?

Conversei com a (ministra) Gleisi (Hoffmann) e os senadores Randolfe (Rodrigues) e Jaques Wagner. Os três só me pediram previsibilidade e uma agenda que permita articulações. Este compromisso está assumido.

O plano de trabalho engloba os governos Dilma, Temer, Bolsonaro e Lula. Haverá proporcionalidade entre os convocados?

Todos os ministros da previdência serão convidados. Quem foi superintendente está convocado. Terão que explicar o que fizeram para evitar as fraudes. Com isso já temos três ou quatro meses de trabalho. Daí, partimos com as investigações. A CPI está começando do zero, precisamos ter o nosso arcabouço de provas. Nesta quarta-feira, vou pedir ao ministro André Mendonça o compartilhamento dos inquéritos da Polícia Federal. Desta forma, não precisaríamos voltar em algumas frentes, além de confrontar nos depoimentos com as investigações da PF

Nomes fortes alinhados ao governo, como os senadores Omar Aziz e Renan Calheiros já saíram da CPI. Em que medida isso fortalece a oposição?

Muda pouco, se eles forem substituídos por governistas.

Fonte: InfoMoney

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