Ministro da Fazenda tenta reverter queda de decreto no STF; audiência com Moraes está marcada para 15 de julho
“Vamos comprovar para o ministro Alexandre que estamos evitando planejamento tributário, elisão e evasão fiscal. Atingimos patamares absurdos: são R$ 800 bilhões favorecendo determinados grupos econômicos em detrimento do empresariado nacional”, disse Haddad a jornalistas, no edifício-sede do ministério, em Brasília.
Haddad defende constitucionalidade da alíquota maior, enquanto Câmara insiste em cortes de gastos
Moraes convocou uma audiência de conciliação entre os Poderes para o próximo dia 15, após o impasse entre Planalto e Congresso em torno da medida. A cobrança com alíquotas mais altas foi suspensa após decisão do STF que interrompeu os efeitos tanto do decreto presidencial quanto da votação no Congresso que o revogava.
Segundo dados da Fazenda, a arrecadação com o IOF atingiu R$ 8 bilhões em junho, um aumento de R$ 2,1 bilhões em relação a maio (R$ 5,9 bilhões). Para Haddad, a resistência à cobrança prejudica o equilíbrio fiscal e compromete a política econômica.
“Compromete as metas fiscais, a taxa de juros fica alta, prejudica o país inteiro. Qual o sentido de favorecer uns empresários e prejudicar todos? Não faz sentido nenhum”, afirmou o ministro.
Tentativa de distensionar com Câmara
Haddad também adotou tom conciliador ao se referir ao presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), com quem o Planalto tem enfrentado desgaste por conta da derrubada do decreto.
Segundo ele, os dois devem se reunir ainda nesta semana para tentar um entendimento. “Eu nunca saí de uma negociação sem acordo”, declarou.
Congresso resiste a novo imposto
Hugo Motta, por sua vez, tem reiterado publicamente que a elevação de impostos não será bem recebida no Parlamento. Segundo ele, a prioridade deveria ser o corte de gastos, e não o aumento da carga tributária.