Ele disse que a redução vai ocorrer “com muita sustentabilidade”, pois o País não pode “ficar numa gangorra”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira, que não parou de criticar o patamar da taxa de juros no País, mas não vai “falar mal” publicamente do presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo. “Foi indicado por mim”, lembrou Lula em entrevista à Bandeirantes.
“O Galípolo sabe que a taxa de juros está alta, eu sei, todo mundo sabe. O que é preciso saber é o seguinte: qual é o timing de você começar a baixar isso”, continuou. O mandatário afirmou que o governo está controlando a inflação e ela está “metade daquilo que eu recebi”.
“A taxa de juros vai começar a abaixar, é uma questão de dias. Não vou dizer que é o ano que vem, pode ser este ano ainda, mas ela vai começar a abaixar”, sustentou. Ele disse que a redução vai ocorrer “com muita sustentabilidade”, pois o País não pode “ficar numa gangorra”.
Responsabilidade fiscal
Questionado se o projeto de isenção do Imposto de Renda (IR) e projetos como o Gás do Povo não vão impactar as contas públicas, Lula respondeu: “Isso é uma bobagem tão grande. Pegue a história do Brasil, julgue meus oito anos de mandato na Presidência da República e veja o que aconteceu com o déficit brasileiro. Eu fui o único presidente da República dentro do G20 que cumpria superávit primário”. E completou: “Responsabilidade fiscal para mim é uma coisa séria, eu aprendi com a dona Lindu, uma mãe analfabeta, que cuidava do dinheiro. Eu não preciso de professor para me ensinar que eu tenho que ter seriedade”.
Ele prosseguiu dizendo que o País não tem déficit fiscal. “O que acontece é que os banqueiros ficam todos nervosos quando a gente anuncia que vai dar dinheiro para pobre.”
Lula ainda defendeu que “muito dinheiro na mão de poucos significa pobreza”, e o contrário significa “distribuição de riqueza”. Ao final da entrevista, disse que nunca foi de discutir macroeconomia. “Discuto a microeconomia, eu quero saber se o dinheiro está chegando lá embaixo. Quando chega lá em cima, vai para o banco especular.”
Fonte: InfoMoney