Reforma administrativa propõe 70 medidas para modernizar o serviço público e aumentar a eficiência na gestão de recursos e pessoal
O deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) anunciou que a reforma administrativa em discussão no Brasil incluirá cerca de 70 medidas para aumentar a eficiência do serviço público. As propostas, que ainda não foram protocoladas no Congresso, foram apresentadas durante uma comissão geral na quarta-feira (3). A reforma visa revisar as regras de ingresso e remuneração dos servidores, além de estabelecer um planejamento estratégico para gestores.
Entre as principais mudanças, destacam-se a alteração no estágio probatório, que passará a exigir avaliações de desempenho mais rigorosas, e a possibilidade de ingresso em níveis mais altos de carreira, algo que atualmente não é permitido. A proposta também prevê a redução do salário inicial para que não ultrapasse 50% do teto da carreira, buscando alinhar remuneração ao desempenho.
Novas Regras para Contratos Temporários
A reforma também abordará a questão dos contratos temporários, que atualmente são frequentemente utilizados de forma irregular. As novas regras estabelecerão um prazo máximo para esses contratos e criarão um cadastro para facilitar a contratação de profissionais qualificados. A ideia é garantir direitos mínimos aos temporários e evitar práticas de nepotismo.
Além disso, os gestores eleitos terão a obrigação de apresentar um planejamento estratégico em até 180 dias após a posse, estabelecendo metas e indicadores de desempenho. Essa medida busca aumentar a responsabilidade e a transparência na gestão pública.
Limitações Salariais e Supersalários
A proposta inclui limitações salariais para diretores de estatais que não dependem do Tesouro, visando controlar gastos públicos. A reforma também pretende combater os supersalários, que frequentemente burlam o teto constitucional por meio de verbas indenizatórias. A regulamentação dessas verbas é vista como uma forma de promover maior transparência e justiça fiscal.
Outras mudanças propostas incluem a eliminação das férias de 60 dias para o Judiciário e a criação de um bônus anual vinculado ao desempenho dos servidores. Essas medidas visam não apenas a economia, mas também a promoção de uma cultura de meritocracia no serviço público.
A reforma administrativa, portanto, representa um esforço significativo para modernizar e tornar mais eficiente a máquina pública brasileira, embora ainda dependa de tramitação legislativa para sua implementação.
Fonte: Portal Tela