Brasil quer a suspensão de tarifas adicionais aplicadas pelos EUA já durante a fase de negociação
O Ministério da Fazenda informou que a imposição de tarifas adicionais pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros já impactou negativamente as exportações brasileiras. A informação consta no boletim Macrofiscal da SPE (Secretaria de Política Econômica), divulgado nesta quinta-feira (13).
As tarifas estão em vigor deste agosto. Dentre os produtos com quedas mais acentuadas nas exportações nesses três meses, estão:
- petróleo bruto: US$ -404 milhões, queda interanual de -30,3%;
- carne bovina congelada: US$ -165,2 milhões, queda de 60,5%;
- celulose de eucalipto: US$ -126 milhões, queda de 33,0%;
- ferro bruto: US$ -119 milhões, queda de 27,8%;
- açúcar de cana refinado: -91,6%, US$ -111 milhões.
Apesar do cenário, a SPE destaca que as exportações totais brasileiras seguiram crescendo. Em outubro, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 7 bilhões.
A pasta também menciona que o redirecionamento comercial foi substancial em alguns segmentos. Para a Argentina, destaca-se o crescimento das exportações de automóveis, caminhões-trator, energia elétrica e veículos de carga leve, enquanto para a China, houve aumento nas exportações de soja, carne bovina, petróleo bruto e minério de ferro.
“O impacto das tarifas norte-americanas vem sendo parcialmente compensado pela diversificação de mercados e pelo conjunto de políticas de apoio implementadas, relevantes para sustentar a capacidade produtiva, a geração de empregos e a resiliência do setor exportador, além de amparar as contas externas brasileiras”, diz.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, já se encontraram três vezes para negociar o tarifaço, desde que Rubio foi escolhido como o principal negociador das taxas contra os produtos brasileiros. O governo brasileiro quer que as tarifas adicionais sejam suspensas já na fase de negociação.
A iniciativa faz parte do esforço diplomático estabelecido pelo Brasil e EUA durante a primeira reunião bilateral entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump na Malásia em 26 de outubro.
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Fonte: CNN

