domingo, julho 20, 2025
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Warren Buffett paga menos impostos que a secretária dele

Campo Grande (MS) – O vencedor do Nobel de Economia afirma que a reforma tributária do governo americano trouxe mais desigualdade e que está pessimista sobre a recuperação. Trump é um “desastre econômico”, diz. 

O vencedor do Nobel de Economia afirma que a reforma tributária do governo americano trouxe mais desigualdade e que está pessimista sobre a recuperação. Trump é um “desastre econômico”, diz. 

Nem todos acreditavam nisso, mas o próprio Clinton sim. Alguns como eu, ou como Bob Reich [assessor também nos Governos de Gerald Ford e Jimmy Carter], tínhamos mais dúvidas e acreditávamos que era preciso mais ajuda para os prejudicados. Aqui estava o erro crítico. Quando falávamos da globalização, defendíamos com veemência ajuda aos trabalhadores deslocados, uma ajuda por ajustes do comércio. Mas os republicanos rejeitaram. 

P. Com estratégias diferentes, Biden e Trump também concordam em que a China deve jogar de acordo com novas regras na economia. Considera que esse é um consenso geral?R. Sim, mas a maioria dos economistas põe o foco nos desequilíbrios comerciais multilaterais, não no déficit comercial bilateral entre os Estados Unidos e a China, que tem sido o foco de preocupação de Trump. Em relação à China, os democratas e os republicanos tradicionais estão mais preocupados com os problemas de democracia e direitos humanos do que com a questão comercial. Costumava-se falar muito sobre se a China abriria seu mercado para as seguradoras dos EUA, para as empresas de Wall Street … Mas isso não vai resolver o problema do setor industrial dos EUA. Muitos desses empregos já desapareceram, o emprego está diminuindo como um todo na indústria. Trump desviou o foco de outras questões para as quais deveríamos estar nos voltando, como a segurança cibernética, a vigilância e os direitos humanos. 

P. Durante meses, Wall Street pareceu alheia a esta grande crise. O que uma lacuna tão grande entre o mercado de ações e a chamada economia real revela dos Estados Unidos?R. Isso reflete uma grande desigualdade. É preciso se dar conta de que a Bolsa de Valores não é nem mesmo um reflexo do setor empresarial. As pequenas empresas não fazem parte do mercado de ações, mas são as que proporcionam a metade dos empregos da economia, e não vão bem. Já para as gigantes da Internet as coisas estão indo bem. Além disso, as cotações sobem quando os salários estão baixos, e agora estão baixos. Por outro lado, juros baixos indicam mais lucros e dividendos futuros, de forma que isso também os favorece na bolsa de valores, mas esses juros estão baixos porque a economia está fraca. E a liquidez que o Federal Reserve está injetando no mercado não está indo para a compra de bens e serviços, as pessoas estão economizando por causa da incerteza e colocando o dinheiro em ativos. Portanto, de certa forma, o êxito da Bolsa é reflexo do fracasso da política econômica. 

P. Está otimista quanto a uma rápida recuperação nos Estados Unidos?R. Está claro que não vamos ter uma recuperação em forma de V, como se esperava em março. Lembrem-se de que o primeiro programa de ajuda aprovado foi criado com base no pressuposto de que a economia voltaria ao normal no mais tardar no final de junho, portanto, o plano foi programado para 10 semanas ou algo assim. Mas nós caímos no barranco. É outubro e não voltamos à normalidade. No momento estou muito pessimista, as ajudas expiraram faz tempo e as negociações [entre a Casa Branca, os republicanos e os democratas] para um novo programa foram interrompidas. E a recuperação está se desacelerando. Acredito que não chegaremos a uma Grande Depressão, que os Governos acabarão dando um passo adiante, mas não podemos descartar isso. 

 

Fonte: El País

 
 
 
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