quinta-feira, dezembro 4, 2025
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Orçamento 2026 tem projeções com ‘risco significativo’ de não se concretizar, diz TCU

Previsões orçamentárias incluídas no PLOA 2026 ficaram sem fonte de financiamento. Ou seja, há risco de insuficiência orçamentária e eventual necessidade de créditos adicionais

O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou nesta quarta-feira, 3, que o Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2026 está incorporando projeções macroeconômicas que apresentam “risco significativo” de não se concretizar.

A Corte também determinou ao Ministério da Fazenda e ao Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO) que apresentem, no prazo de 60 dias, estudos técnicos demonstrando como compatibilizar “os resultados fiscais efetivos” verificados na vigência do arcabouço fiscal e os resultados projetados para os próximos anos.

A Corte de Contas menciona a previsão de crescimento do PIB de 2,44% em 2026. Essa consideração pode levar à subestimação do déficit primário, de acordo com o entendimento do Tribunal.

Também foi mencionado que não foi possível avaliar a precisão das projeções das principais receitas e despesas primárias constantes do PLOA 2026. Há ausência de documentação metodológica “padronizada, completa e reproduzível que permita o exame da adequação e consistência dos modelos empregados”, diz o TCU.

A Corte votou hoje diferentes processos fiscais, incluindo o processo que trata do acompanhamento do Projeto de Lei Orçamentária Anual para 2026 (PLOA 2026), para fornecer subsídios à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMPOF).

O Tribunal voltou a apontar para projeções subestimadas das despesas previdenciárias e assistenciais. Também é indicado que há deficiências metodológicas. Isso resulta, conforme a argumentação, em elevação dos riscos de novos contingenciamentos e impõe maiores desafios ao cumprimento das metas fiscais.

O TCU também comentou sobre a perda de eficácia da Medida Provisória 1.303/2025, alternativa ao aumento do IOF, que propunha a tributação de aplicações financeiras e ativos virtuais no País.

As previsões orçamentárias incluídas no PLOA 2026, com base na MP, ficaram sem fonte de financiamento. Ou seja, há risco de insuficiência orçamentária e eventual necessidade de créditos adicionais. Outra alternativa seriam limitações à execução orçamentária. O TCU fala em risco de “paralisação de políticas públicas”.

No mesmo processo, um dos encaminhamentos feitos pela Corte de Contas foi a necessidade de apresentação, nos próximos PLOAs, do limite individual para as emendas classificadas como “RP 8”, independentemente da previsão de reservas. Essas são as emendas de comissão.

Prazo para Fazenda e MPO

O TCU determinou ao Ministério da Fazenda e ao Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO) que apresentem, no prazo de 60 dias, estudos técnicos demonstrando como compatibilizar “os resultados fiscais efetivos” verificados na vigência do arcabouço fiscal e os resultados projetados para os próximos anos. O TCU reforça a necessidade manter a dívida pública em níveis sustentáveis.

A Fazenda e o MPO também precisam demonstrar, no mesmo prazo, “o nível de esforço fiscal que seria metodologicamente consistente com a estabilização” da dívida bruta do governo geral em relação ao PIB no período de dez anos. O TCU alertou hoje o governo sobre a perda de credibilidade das regras fiscais vigentes com a prática reiterada de exclusão de despesas e/ou renúncias de receitas para fins de aferição do cumprimento da meta de resultado primário, este ano de déficit zero.

A Corte também apontou que isso acaba contribuindo para a elevação do endividamento público e para a redução da transparência das estatísticas fiscais. Exceções à meta de resultado primário em 2025 incluem precatórios, ressarcimento a beneficiários da Previdência vítimas de descontos indevidos, bem como apoio a exportadores afetados pela elevação de tarifas de importação dos EUA, por exemplo.

As determinações e o alerta foram feitos no âmbito do processo de acompanhamento dos resultados fiscais e a execução orçamentária referente ao 3º bimestre de 2025. O TCU recomendou ainda ao Ministério da Fazenda que dê ampla publicidade aos resultados fiscais “efetivamente apurados e não apenas aos valores apurados para fins de cumprimento das metas fiscais”.

Fonte: Isto é Dinheiro

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